As dibinzas kudurizavam Ngunga

Encontrei algures um livro solitário. Arrepiou-me o facto de vê-lo aí atirado e a ser consumido por um batalhão de insetos que nem adianta cá chamar o nome, pois só de pensar neles, a cabeça já me dói. Eu senti a angústia do livro, afinal, os insetos ngombelavam mal o coitado totalmente indefeso. Aproximei-me ao ouvir os assobios das letras negritadas e ver o retrato de um kambonga. Após um mergulho profundo, descobri que o rapaz tinha – tal como Jesus quando discutia com doutores – 12 anos +1. O livro media 14/21 cm e queria de mim uma atenção e uma aproximação horizontal-vertical. Como a filantropia subia-me à cabeça, agarrei-o com toda pulungunza. O sorriso advindo era aceso e muito expressivo. A leveza do seu corpo facilitava os movimentos, ele era magrelo. Quantos homens babulam, amolecem e ficam fraquinhos só de olhar para os seus atributos físicos? Pitávamos sem cerimónia um do outro conhecimento e atenção. Eram 28 +1 para terminar. As aventuras Kudurizavam Ngunga, o Kambonga é duro na sua orfandade, “os pais foram surpreendidos pelo inimigo, um dia, nas lavras”. O Kanbonga andou em muitos kimbos. Fez-me conhecer Nossa Luta, Mussango, Kafuxi. Ngunga parecia saber o que queria, entre estudar e guerrear, o que queria mesmo era guerrear. Havia confessado que o deus que o trouxera ao mundo chamava-se Pepetela. À tona, vieram lembranças da infância. É teu nome “Primeiros socorros?”. – Não. Eu sou as Aventuras de Ngunga.
Ngunga
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